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ARTIGO – ALEXANDRE GARCIA

ALEXANDRE GARCIA - Quando um jornalista se vende

Alexandre Garcia, defensor do impoluto Bolsonaro (sem partido) – esse grande homem que nos enganou, tornou-se um tipo de tabelião ideológico do jornalismo comprometido. E o pior, do injustificável e debochado presidente.

Em textos apologéticos e, escondido pelo tapume da fama de jornalista íntegro, ele escorrega entre seus pares deixando transparecer o que há de pior na classe – o puxa-saquismo de imprensa.

Dói ver um velho jornalista com seu discurso rançoso de extrema direita tentando justificar o injustificável presidente, mas ele sempre foi assim, desde a ditadura militar Garcia sempre nutriu um gosto duvidoso pela superna “moral”.

Alojado na rede Globo por décadas (trinta anos) ele se tornou como esse vírus que anda por ai matando pessoas – uma hora iria aparecer e mostrar quem realmente era. Na verdade o velho Garcia sempre foi freado pela opinião pública das últimas décadas, opinião que sempre condenou o discurso de direita, principalmente no jornalismo.

Agora livre para voar como sempre quis, ele se deixa ver empoleirado nesse governo de extrema direita, assim como antigamente, como sempre foi. Mas não dentro da gaiola, claro, que é para dar uns ares de independência ao que anda cantando por aí.

Desse poleiro do governo, de onde ele assovia desafinado sua mesquinharia ideológica e também sua dicotomia jornalística, observa-se que as pessoas são o que são e nada pode mudar uma essência.

As pessoas podem melhorar, mas não mudam, basta olhar bem nas suas entrelinhas para ali enxergar o que verdadeiramente corre na artéria ideológica que rega seu coração, artéria essa “ao que tudo indica”, sempre correu o sangue puro da eugenia alemã, eugenia de armário, diga-se.  Quem se lembra de quando ele foi porta-voz de João Batista Figueiredo?

Recentemente em um flerte com o nazismo de Adolf Hitler ele, sem misericórdia, fez uma apologia meia boca nas redes sociais ao major alemão Otto Maximilian von Westernhagen  morto no Brasil em 1968 pelo Comando de Liberdade Nacional (Colina).

Por anos a fio Westernhagen se escondeu no valhacouto nazista chamado Argentina. De modo que Garcia está comprometido via de regra com o que há de pior na política de direita, o radicalismo embuçado pela argamassa da moral e dos bons costumes.

Como disse, hospedado no governo, mas do lado de fora, ele vai se firmando como baluarte da comunicação do governo. Isso me lembra um personagem do Reich alemão – Joseph Goebbels, o homicida que também foi jornalista. Me lembra também Leni Riefenstahl, a mãe da estética nazista.

Recentemente e somado a tantos outros episódios ridículos, o episódio da praia rendeu uma puxada de saco também ridícula.

Em um textinho pequeno e barato publicado pela Gazeta do Povo, o jornalista tenta justificar o estado de psicose do capitão e, ao mesmo tempo em que ataca João Doria em nota dissonante para com o bom jornalismo.

Lá ele diz que o mito nadou de braçada no meio dos paulistas, mostrando com isso uma arrogância com base na soberbia inspirada no agora seu presidente e sem se importar também com as 196 mil mortes ocorridas até aquele momento. Daí a necessidade de associar o prelo vivo ao nazismo e a o genocídio. Não se pode culpar o velho Garcia pelo genocídio, mas cabe ao jornalista e à sua deontologia, a baliza ética sobre fatos irrefutáveis.

Pois bem, as pessoas não mudam, uma casca de verniz na cara de alguns até pode maquiar o que vai no coração, mas como o tempo é caprichoso, uma hora a verdade sobre cada um de nós vem a tona e aquilo estava enrustido, uma hora aparece, a porta do armário se abre e desnudo, o vexame se mostra.

Assim se desvenda Alexandre Garcia. Faltava a ele um mito, uma inspiração, um rebentar de espoleta no cão de sua arma para dali ofender a profissão que já vai humilhada por essas mamadas. Mas ironias à parte, penso que em sua solitude, o velho Garcia ouça Wagner, leia Nietzsche e beba Liebfraumilch.

 

Waldemar Rego – Jornalista

 

 

 

Waldemar

Waldemar Rego é jornalista formado pela Faculdade Araguaia com diploma reconhecido pela Universidade Federal de Goiás UFG com extensão na área de mídia e política no cinema, fotografia jornalística e publicitária, diversidade cultural da mulher na comunicação, comunicação em tempos de mídias sociais, identidade visual em peças publicitárias e no jornalismo. Waldemar Rego também é artista plástico escritor e poeta.

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