CULTURA
Tendência

O brasil de todos nós

Quando a boca escancarada de Vinicius júnior se abriu pra mastigar o bife de ouro no Qatar eu me assustei. A bola pune e Alá também

Sem culpa, mas alienado pelo que se tornou. Vini Junior se esqueceu de onde saiu

A arrogância das dancinhas da seleção brasileira como forma de comemorar seus gols sempre esteve à beira do deboche contra os adversários.

Os treinadores europeus não permitem esse tipo de coisa por se tratar de um insulto ao adversário

 Lá, o futebol é coisa séria, não tem espaço para ridicularizar oponente, lá exige-se respeito ao adversário acima de tudo e ao ver a dança do pombo reinterpretada por Tite eu exclamei f****.

Se você quiser inflamar seu oponente, subestime-o e ele virá pra cima de você para te destruir com um único golpe.

A seleção brasileira presunçosa de seus craques, fora tragada pela soberba em um jantar que mais se assemelhou ao jantar bíblico do rei Belsazar em Daniel 5. E por falar em Daniel, aff.

Posto que a evidente a superioridade do Brasil era de fato muito grande – em tese – os croatas, que são um povo acostumado com pressão adversa; seus calos são formados pelo cabo das espadas e suas armaduras sempre foram as da luta desigual.

Eles devem ter visto os brasileiros degustando aquela iguaria R$ 10 mil o prato e foram dormir sem janta, porque não se entra numa guerra de barriga cheia. A cena, logico, atemporal ao dia do jogo sinistro, serviu para mostrar uma coisa: que a soberba é o cadafalso da derrota.

A Croácia é uma nação guerreira por natureza, em cinco copas do mundo foram melhores que o Brasil, chegando inclusive a uma final. Acostumados a batalhas desiguais no curso de sua história, eles se viram na mesma condição de sempre “devemos lutar até a morte, porque ela nos redime ou salva os nossos”. Essa poderia ser a frase gritada no vestiário croata para o jogo contra o Brasil.

Já o Brasil entrou de salto alto para o baile e dançou conforme a música entoada por Luka Modric que não erra uma nota sequer quando o assunto é reger sua orquestra de guerreiros.

O Brasil foi engolido pela melodia adversária em uma única estocada. Desestabilizada, a seleção brasileira saiu da copa quando deixou a Croácia empatar na prorrogação.

Aos 30 do segundo tempo Casimiro estava morto em campo, sua volta do apoio ao ataque era lenta e do alto de seus 30 anos, cansado, não teve pernas para matar a segunda bola – o rebote da defesa croata – e o filosófico Tite foi incapaz de ver que seu time estava com o jogo ganho. Se houve a sapiência de segurar os dois volantes para matar o rebote croata e deixar a zaga brasileira apenas na cobertura isso não teria acontecido.

Dois zagueiros e dois volantes cobrindo a entrada pelas laterais quando esses subissem era a chave para segurar a Croácia. Mas não, como disse Neymar: “pra quê subir pai, cinco minutos pra acabar o jogo e vocês dão o contra-ataque …” e por aí foi.

Fomos desclassificados por falta de visão de um treinador que sequer soube convocar a seleção.

Copa do Mundo é uma guerra de sete batalhas e que é ganha por treinadores. Sempre foi assim, tanto que nem sempre o melhor vence, mas sim a mais preparada e com maior visão do processo de jogo. Isso mesmo, processo de jogo.

Entender o processo de jogo é a capacidade de ver o que acontece no decorrer da partida, saber que jogadores craques, muitas vezes pipocam na hora H e precisam ser substituídos ou desconvocados. Uma copa se vence com jogadores que sejam capazes de despedaçar o oponente (força de expressão) e para isso é necessário força mental.

Culmina essa bobagem chamada Copa do Mundo para nós brasileiro a triste cena em que Tite vira as costas e abandona seus jogadores e vai para o vestiário.

Sem noção, só essa frase é capaz de definir essa figura que se escondeu por traz de resultados medíocres jogando contra equipes medíocres como é medíocre o futebol sul-americano.

Waldemar

Waldemar Rego é jornalista formado pela Faculdade Araguaia com diploma reconhecido pela Universidade Federal de Goiás UFG com extensão na área de mídia e política no cinema, fotografia jornalística e publicitária, diversidade cultural da mulher na comunicação, comunicação em tempos de mídias sociais, identidade visual em peças publicitárias e no jornalismo. Waldemar Rego também é artista plástico escritor e poeta.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo