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Candidata a deputada federal por Aparecida faz denúncia

“chega de helicóptero para comprar lideranças e votos”. Diz Camila Rosa (PSD). A denúncia carece de provas caso contrário é Fake News.

                     A candidata a deputada federal pelo PSD Camila Rosa veiculou em seu Instagran, uma crítica severa aos candidatos que por ela são chamados de “pára-quedistas”, aqueles que aparecem do nada no município de quatro em quatro anos em busca de votos, pessoas que ninguém sabe quem seria.

Ainda no contexto do vídeo ela acusa que há candidatos comprando votos em Aparecida de Goiânia. Não satisfeita ela veiculou no mesmo vídeo que agora esses chegam até mesmo de helicóptero na cidade com saco de dinheiro, conforme uma charge que aparece no vídeo durante sua fala. Isso pode ser considerado Fake News de acordo com o TSE.

Na charge que acompanha o vídeo – que, ao que tudo indica deva ser a deputada federal Magda Mofatto (PL) – o personagem faz um vôo de helicóptero com um saco de dinheiro nas mãos. Pela imagem, que corrobora com o discurso de Camila Rosa, fica implícito que ela se refere à Magda como a pessoa que chega nesse modelo de avião estaria comprando lideranças no município para apoiar a própria candidatura.

Tecnicamente a charge é por si uma ilação jornalística usada como figura de linguagem e possui efeitos comunicacionais, de modo que se o eleitor observar o vídeo, facilmente irá identificar que a pessoa em questão se trata da deputada federal Magda Mofatto, o que traria grave prejuízo para sua campanha.

                   A charge é como se fosse uma matéria assinada, posto que revele uma intenção ainda que distorcida da realidade posto que seja de interpretação subjetiva, mas quando ela é explicada para um fim, ainda que por ilação, como é o caso, pode-se incorrer em crime – a charge está no discurso jornalístico.

Se comprovado, Magda pode ter incorrido em crime eleitoral, o que poderia até mesmo cassar sua candidatura. Mas por outro lado, se não comprovado, Camila Rosa terá sérios problemas com a justiça por conta de calúnia e difamação. Por mais que Camila Rosa não nomeie a quem ela se refere, ela faz uma acusação séria (compra de votos e compra de lideranças).

Ainda: o Ministério Público (MP) poderá questionar quem é essa pessoa que compra votos e lideranças e quem seria o agenciador do qual ela se refere como Judas que trai o povo de Aparecida, afinal para o bom andamento do pleito de 2022 não pode haver sombra de dúvidas sobre a lisura da justiça, principalmente no que se refere ao momento tão conturbado desse processo eleitoral em andamento.

Do ponto de vista de alguns juristas sobre o tema, a fala da candidata Camila, coloca em xeque a lisura do processo eleitoral no município como se aqui fosse terra de ninguém, portanto distante do braço da justiça eleitoral e cabe o MP uma investigação sobre os fatos levantados no vídeo.

Ora, do ponto de vista dessa redação, três pessoas suficientemente politizadas poderiam determinar como testemunha em juízo quem seria a pessoa que aparece na inominada charge do “helicóptero” sugerida por Camila.

A redação do jornal Gazeta entrou em contato com Camila por telefone para maiores esclarecimentos, mas ela se limitou a dizer que não cita nomes e que “se já que o assunto é justiça, a redação também estaria sujeita a mesma justiça.”

O que diz a portaria do Superior Tribunal Eleitoral (TSE) na portaria  510/2021 sobre Fake News:

Art. 1º Fica instituído o Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação no âmbito da Justiça Eleitoral, com a finalidade de enfrentar a desinformação relacionada à Justiça Eleitoral e aos seus integrantes, ao sistema eletrônico de votação, ao processo eleitoral em suas diferentes fases e aos atores nele envolvidos.

Texto modificado em 17/08/2023 – 8:08h

Com a palavra o MP e a justiça eleitoral.

Link do vídeo. … VEJA AQUI

 

 

Waldemar

Waldemar Rego é jornalista formado pela Faculdade Araguaia com diploma reconhecido pela Universidade Federal de Goiás UFG com extensão na área de mídia e política no cinema, fotografia jornalística e publicitária, diversidade cultural da mulher na comunicação, comunicação em tempos de mídias sociais, identidade visual em peças publicitárias e no jornalismo. Waldemar Rego também é artista plástico escritor e poeta.

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