Artigo

Dai a César o que é de César

Depois do Estado Islâmico temos agora o Estado Evangélico

Não há nada pior que não possa piorar. Das castas que existem na face da terra, nenhuma é pior do que aquelas que lidam com a religião – coisa que considero a desgraça da humanidade – posto que isso tenha servido apenas para ludibriar o ser humano naquilo que ele tem de mais caro: a fé e o medo.

A fé porque o homem possui o estado de consciência que o empurra para o medo da morte e sua inexorável fatalidade. E, na falta de algo que explique esse fenômeno, invariavelmente o homem tende, pelo medo, aderir a qualquer coisa que possa entorpecê-lo dessa realidade.

O ópio da religião, distribuído gratuitamente – até certo ponto, porque depois tem o dizimo – retomo, o ópio distribuído por pastores e messias, entorpece a razão ao ponto de fazer com que a razão seja subjugada até que desapareça por completo para dar lugar ao fanatismo e a conseqüente cegueira.

É assim que funciona a religião, essa máquina de moer almas criada pelo mais esperto dos homens – seres bestiais atualmente chamados de pastores, padres, guias, gurus, mestres; e por aí vai essa casta de canalhas.

Não se pode generalizar todos dentro dessa corja de cachorros posto que alguns ainda resistem ao abuso de  lideranças políticas que se apropriaram desse terreno fértil. Mas verdade seja dita, poucos se salvam.

A política refém do oportunismo leva a isso

O estado, que deveria ser laico segundo a constituição, esbarra no cabresto ideológico desses pastores que conquistaram através do anátema chamado Jair Bolsonaro, o direito de não pagar impostos, entrando em contradição até mesmo com o que eles deveriam pregar – Daí a César o que é de César. Assim foram aconselhados por aquele que juram serem pregadores. Ou seja: separar as coisas de Deus das dos homens quando o assunto é pagar tributos – insisto: Daí a Cesar o que é de César, disse Jesus.

O saque nos cofres da Receita Federal (RF) é bisonho, as perdas são bilionárias, dinheiro que, se pago ao governo, daria para pagar mais de um milhão de Bolsa Família – porque o tributo deve ter esse fim – equilibrar as diferenças sociais para que elas não cheguem ao estado em que se encontram.

Quando do cancelamento do “benefício” pela RF, essa casta de canalhas rangeram os dentes e chacoalhou a bancada evangélica no congresso e o governo recuou posto que o Estado brasileiro agora está retornando ao modo político europeu medieval, onde o poder do Estado era dividido com o clero. Essa concessão do Estado frente aos pastores e demais gurus mostra o poder ostensivo que a religião está impondo à política brasileira de forma afrontada e descarada. Não demora declaramos no Brasil o Estado Evangélico aos modos do Estado Islâmico.

Todas as imagens foram coletadas do Google

Waldemar rego – jornalista

Waldemar

Waldemar Rego é jornalista formado pela Faculdade Araguaia com diploma reconhecido pela Universidade Federal de Goiás UFG com extensão na área de mídia e política no cinema, fotografia jornalística e publicitária, diversidade cultural da mulher na comunicação, comunicação em tempos de mídias sociais, identidade visual em peças publicitárias e no jornalismo. Waldemar Rego também é artista plástico escritor e poeta.

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo